Canon: flash via rádio nos futuros Speedlite

A próxima geração de flashes da Canon usará sinais de rádio em vez dos tradicionais infravermelhos para comunicação entre unidades. O rumor que corre há muito tempo parece ganhar consistência. E afinal, até faz sentido. Técnica e comercialmente.
A próxima geração de flashes Speedlite da Canon pode usar sinais de rádio em vez do actual sistema de comunicação por infravermelhos. O rumor de que uma nova tecnologia surgirá na próxima geração de unidades externas de iluminação da marca existe há algum tempo, mas agora parece ganhar consistência.

O site Canon Rumors refere essa possibilidade em recente... rumor, mas basta olhar para o que o mercado oferece para se perceber que esse é o caminho mais lógico para os fabricantes.

Efectivamente, o sistema de flash E-TTL da Canon usa infravermelhos, como todos os outros fabricantes de câmaras, mas as soluções baseadas em disparadores que usam sinais de rádio tem-se multiplicado entre os fabricantes independentes, da Pocket Wizard à Phottix. E são cada vez mais sofisticadas, sugerindo que os fotógrafos as acabarão por preferir aos sistemas E-TTL da Canon.

Com o uso extensivo de flash em cada vez mais situações, a procura de soluções eficazes, leia-se mais eficazes, é constante. E se é verdade que o actual sistema funciona bem, não é menos verdade que existem limitações, que vão desde a exigência de uma “linha de visão” entre os flashes comunicando até aos problemas causados pelo uso de flashes de IR em condições de elevada luminosidade. Por vezes os flashes deixam de “ver-se”...

A generalidade dos sistemas de rádio usados são, ainda, manuais, o que significa perder as vantagens de um sistema E-TTL em que a comnunicação se faz de forma inteligente... mas isso não tem impedido muita gente de usar equipamentos como os transceivers Phottix Atlas para explorar novos horizontes da fotografia com flash. E em boa verdade, apesar das vantagens dos sistemas E-TTL, a melhor forma de aprender fotografia com flash ainda é com um sistema manual, em que se controlam todos os parâmetros da exposição.

Dito isto, o destino de todos os fotógrafos é, evidentemente, o uso de unidades de controlo de flash via rádio com E-TTL. Depois do aparecimento do RadioPopper, o pioneiro na área, o ainda recente anúncio pela PocketWizard da sua série de radio triggers com E-TTL assinalou que o caminho estava aberto.

E de seguida assistimos à invasão chinesa, com diferentes nomes afirmando terem em projecto ou prontos para lançar sistemas de disparadores via rádio com E-TTL. Alguns desses nomes apresentaram mesmo unidades de flash que funcionam com os seus radio triggers E-TTL, sinalizando o caminho futuro.

Ora parece ser essa via que a Canon pretende seguir... e provavelmente mais fabricantes com ela. Afinal, por que razão deixar nas mãos de terceiros um negócio que pode significar uma fatia extra de lucros? Ao integrar um sistema de sinais via rádio na próxima geração de flashes, a Canon garante que a venda dos seus iluminadores sobe, o que é por certo um efeito colateral interessante dessa aposta tecnológica.

O uso crescente de flashes do tipo do Speedlite 580EX II como iluminação acessória ou até principal, no exterior e mesmo em estúdio, sugere que a aposta num sistema de rádio para controlo de diferentes flashes é uma excelente ideia. Resta saber como é que a Canon o vai implementar, em que unidades de flash externos o vai integrar e se colocará nas câmaras, como fez na EOS 7D e depois na EOS 60D, a possibilidade de controlo directo de flashes externos, mas agora via rádio. Se o fizer – o que é o mais lógico – terá direito a uma fatia crescente do mercado de iluminação. Colocando fora de jogo, pode dizer-se, muitos dos que rasgaram os caminhos desta nova forma de usar o flash. São as leis do mercado...