Modificar o percurso da luz de um flash necessita de um reflector. Dos pequenos reflectores presentes em alguns flashes aos grandes que lhes podem ser associados, existem muitos. E depois há os Rogue FlashBenders...
O nome em inglês diz tudo. Estes FlashBenders conseguem dobrar a luz do flash de uma forma que nenhum outro sistema, anteriormente, conseguiu. Moldáveis, os Rogue FlshBenders, ainda com a patente em aprovação, são reflectores que dão o controlo ao fotógrafo. Mais controlo.
Expoimaging, a empresa que criou o produto, diz que se trata de uma nova forma de controlar a luz… mas eu penso que nem eles sabem quão verdade isso é. De facto, no website as fotos de demonstração do produto apresentam qualquer das três versões disponíveis sempre associadas a um flash, modelando a luz a partir de ali.
Efectivamente é para isso que são usados e funcionam a preceito como pude experimentar com os três modelos que recebi para teste. Fixam-se rapidamente à cabeça do flash, através de um sistema Velcro integrado e com elástico que permite um ajuste preciso. Depois podem ser dobrados... O segredo está nos tubos flexíveis escondidos no interior dos materiais resistentes usados no exterior. Consoante a dimensão, assim o número de tubos flexíveis e, claro, a versatilidade de movimentos. Dependendo das necessidades de cada utilizador é possível usar o mais pequeno o intermédio ou o maior de todos. Os dois maiores podem mesmo ser moldados para fazer um snoot (o maior de todos mais facilmente, devo dizer), para levar a luz a um ponto preciso. Fantástico! Mesmo aquilo de que eu precisava fotografar diversas coisas tanto em interiores como exteriores.
Tenho usado reflectores toda a minha vida, de diferentes marcas, quase comprando um diferente para diferentes coisas. Agora tenho algo completamente diferente, que posso moldar de acordo com as necessidades do momento. Diria que os Rogue FlashBenders são um pouco como o Anel na saga de Tolkien: um domina todos os outros. Neste caso significando que posso usar somente um reflector, sobretudo o maior deles, para fazer uma série de coisas que normalmente exigiriam uma série de reflectores diferentes. O mais divertido é que as coisas ainda são mais interessantes do que parecem.
Devo dizer que não usei o mais pequeno dos reflectores muito. Sei que pode ser suficiente para quem não usa muito o flash, e que até é um bom acessório para, em vez de levar a luz, a divergir da área que se pretende, como um flag. Mas os dois modelos maiores interessaram-me de imediato por me darem uma ideia para a minha fotografia de Natureza.
Quando estou no campo uso reflectores para levar a luz onde preciso dela. Tenho de carregar um reflector – tenho daqueles circulares que abrem automaticamente... – que serve para usa série de outras coisas, mas que por vezes é demasiado grande para o que necessito. E como não carrego uma mula de carga atrás como o Ansel Adams com o seu Mistletoe, tenho de calcular com cuidado o que transporto. Ora dois Rogue FlashBenders dobrados cabem perfeitamente numa bolsa externa da minha mochila e pesam pouco mais do que nada. Mas, pergunta quem me conhece, por que raio levar dois se normalmente só usa um flash? É simples...
Quando uso flash em exteriores necessito, por vezes, de um reflector do outro lado do motivo fotografado. Daí pensei: “ e se o maior Rogue FlashBenders se aguentar de pé do outro lado?”. Bem, os tubos metálicos flexíveis no interior do tecido do acessório, que permitem moldá-lo, ajudam a que o Rogue FlashBender fique de pé, mesmo se, como foi o meu caso, tive de o apoiar num pequeno pedaço de madeira. Mas qualquer coisa serve, calculo.
Com o reflector médio no topo do flash, para dirigir a luz para o motivo e o Rogue FlashBender maior do outro lado, consegui obter uma boa imagem de Outono. Foi o ponto de partida para uma série de imagens de cogumelos e outras pequenas coisas onde este conjunto funciona muito bem.
Para os que pretendem saber as condições técnicas desta série de imagens devo referir que as fotos foram registadas ao cair da tarde, com luz sem contraste, já sem sol. As condições de luz não me permitiam sequer ter uma boa exposição, não tremida, com a câmara na mão e dar-me alguma profundidade de campo. A primeira imagem mostra isso mesmo. O que eu precisava era de fazer uma boa imagem de Outono, com sol baixo a iluminar o tronco e cogumelos... Pois, devia ter ido mais cedo... como resolver a situação?
Com recurso a um disparador por rádio Phottix Atlas (que pode comprar online usando os links da Fotodigital, será uma forma de contribuir para manter este espaço aberto) montado num flash Canon Speedlite 580 EX II, e um outro disparador Atlas na câmara, posicionei o flash sobre um pequeno tripé de campo para criar uma espécie de luz do sol pela manhã ou tarde banhando o tronco e cogumelos. Como a imagem ficava algo escura do lado oposto do tronco, usei o reflector maior daquele lado. Uma vez definidas as condições ideais, bastou-me mover o meu “sol portátil” para diferentes pontos para criar diferentes fotos com base na mesma ideia original.
A experiência determinou que as hipóteses são variadas, pelo que os dois Rogue FlashBenders ganharam uma posição permanente no meu saco de fotografia. Brilhante ideia, presos ou não na cabeça do flash.
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