O corpo da câmara EOS 60 D tem o número de série 0039900951 e a objectiva EF 70-300 f/4-5.6L IS USM apresenta o nº 7100000313 e a indicação de que é “sample, not for sale”. São estes os dados que retenho do teste desta dupla. Retenho-os por uma razão óbvia: eles são-me necessários para preencher as fichas da DIWA, associação a que a Fotodigital está associada, e que usa a informação dos diferentes membros para determinar a classificação final dos equipamentos testados. Na vertente do teste de laboratório, uso os recursos da DIWA para dar aos leitores uma informação precisa e quantificável, enquanto do meu lado me preocupo mais com os aspectos práticos da fotografia, aqueles com que as pessoas se vão confrontar quando pegarem na máquina e a usarem para... fotografar.
Esta análise é sempre uma mistura de aspectos técnicos e práticos com alguma subjectividade de quem escreve , e devem ser lidos como tal. Apesar de ser um utilizador Canon desde que me conheço não sou um “fanboy” e tenho a capacidade de me distanciar da marca. Dito isto, o facto de me ter mantido todos estes anos na Canon não é suportado somente pelo facto de ter investido algum dinheiro em equipamento e não o querer perder. Estou genuinamente satisfeito, em termos gerais, com a marca. E não ando, como alguns, sempre a dizer que vou mudar. Afinal, quantos se separam verdadeiramente da namorada por uma pequena zanga? Balizado o terreno, devo dizer que depois de experimentar a EOS 60D quase estaria disposto a trocar a minha EOS 50D. Em termos de resultados estamos na mesma liga da EOS 7D e EOS 550D, portanto um patamar acima da EOS 50D. Apesar de ter mais pixéis, a EOS 60D consegue oferecer melhores resultados, mesmo a sensibilidades mais elevadas, sem problemas. E toda a gente aplaude, o que é estranho, porque me recordo de quando a EOS 50D saíu todos clamarem que já eram pixéis a mais e que a Canon faria melhor em fazer máquinas com menos pixéis e melhor qualidade. Agora basta ver os comentários da altura – aconselho a leitura do teste da EOS 50D na DPReview, que é um referencial para todos – para se ficar com a ideia de como os analistas não parecem ter memória do que escrevem. Ali se aconselhou a Canon a não passar dos 15 milhões de pixéis e a voltar aos 10 milhões da EOS 40D. Decididamente, há quem não consiga olhar em frente. Mas deixo-vos com essas contradições para estudarem.
Temos, pois, mais e melhores pixéis. Mas eu continuo a não querer a EOS 60D, simplesmente porque apesar de quase me habituar ao sistema de comando entre uma EOS da série xxx e o joystick ao jeito da EOS 50D, nada substitui, para quem o usou, esta forma de comando. A Canon decidiu neste modelo criar uma ponte entre o universo das dezenas e centenas, e pode ser que alicie alguns, mas acredito que aos fiéis da família EOS 50D colocou um problema que só tem solução com a EOS 7D.
Quadros de teste da EOS 60D da DIWA Labs. Visite o site para saber mais |
O ecrã traseiro rotativo é apresentado como uma vantagem evidente da EOS 60D e uma razão para alguns apostarem no sistema. Acho que sim, quem faz vídeo é capaz de ter aí uma vantagem. Mas apesar de eu achar o ecrã uma mais-valia, a verdade é que durante o tempo que usei a EOS 60D nunca o retirei do seu alvéolo. Não quer dizer que não o faça se tiver absoluta necessidade, mas para mim continua a não ser um factor determinante. Portanto, essa também não seria a razão para eu comprar a EOS 60D.
A quem se destina, então, esta câmara? A todos os que ainda não possuem uma EOS 550 e pretendem entrar no universo reflex da Canon num patamar elevado. Mas não é, no meu entender, a substituta da EOS 50D, cujos utilizadores foram deixados orfãos pela Canon. Efectivamente, a marca colocou-nos num cruzamento difícil de atravessar... porque a única direcção possível é a EOS 7D. Não existe, de facto, qualquer outra alternativa para quem pretende o nível de controlo de funções da EOS 50D. Porque não foi só o joystick que se foi, foram também funções acedidas externamente e que permitiam fazer ajustes sem tirar o olho do visor, mas que agora são controladas a partir do ecrã traseiro, numa lógica de quase câmara compacta. Será que é nessa direcção que a Canon caminha? Assim sendo, resta esperar para ver se numa próxima câmara o joystick e funções externas regressam, dado que já deram provas de funcionarem perfeitamente. Mas aí fica outra dúvida: que designação vai a Canon dar a tal modelo, agora que baralhou toda a lógica de numeração com a EOS 60 que devia mais ser uma EOS 600?
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