- Publicado em Sexta, 09 Março 2012 20:04
Este artigo nasceu de uma conversa dos últimos dias com um dos Amigos da FD. Na fase de troca de equipamento colocou-se o problema da escolha das objectivas. O preço é um factor que tem de ser tido em linha de conta, mas entre o que se sonha e a realidade dos números há que fazer a contabilidade e tomar decisões.
Temos, portanto, que uma 100-400mm da Canon está fora de questão (sim este Amigo da FD vai comprar Canon), porque o orçamento não estica - e de alguma forma não faz sentido para este caso - ir para algo como cerca de 1500 euros, isto para apontarmos a preços correntes médios.
Uma focal acima de 300mm é uma quase exigência, diria que por sugestão minha e também por causa do que a pessoa em questão pretende fotografar. Os 400mm são o patamar lógico para não se parecer um burro. Aí as escolhas actualmente não são muitas. Existe uma Tokina da série AT-X, de que tenho a versão inicial, a primeira, comprada no tempo do filme, mas confesso que não iria por aí nos dias de hoje. Não tem, parece-me, motorização semelhante ao USM da Canon, e portanto prefiro deixar de fora uma focal tão longa sem essa opção. A Tamron, que teve uma 200-400mm, de que possuo também um exemplar bem antigo mas ainda capaz de ser usado deixou de apostar nessas "guerras" pelo que o que resta é a Sigma, que tem uma 120-400mm com HSM que emula o USM da Canon.
O preço da Sigma é simpático, cerca de metade do da Canon, mas no lado do peso a Sigma pesa mais quase 500 gramas do que a Canon. Isto é, são 1800 gramas de objectiva para carregar. É necessário ser-se desportista para pensar muito nisso.
Esta batalha de peso/preço é complicada, mas vai ter de resolver-se no final, e eu diria que o preço será, para alguns, uma boa razão para carregarem mais. As pessoas têm é de saber o que pretendem fazer e quanto estão dispostas a sacrificar. Porque comprar equipamento para depois o deixar em casa é uma má aposta.
Resolvida a questão da focal mais longa - ou pelo menos deixada de lado aqui - é necessário pensar no outro extremo. Existem várias apostas e para um corpo APS-C - que é suficiente, claro! - entre a oferta da Canon e as alternativas, a questão é, de novo, o preço. E mesmo na Canon há várias escolhas. Por norma as câmaras DSLR da marca chegam com uma 18-55mm de que oiço falar muito mal - até quem não sabe delas tirar todo o proveito que podem dar - mas que em boas mãos até conseguem fazer umas fotos jeitosas. Para quem chega à marca esta objectiva de entrada pode ser a forma de descobrir os cantos à casa. Alguns irão pela sugestão de uma 18-135 ou mesmo uma 18-200 que parecem cobrir tudo. São uma boa escolha para as pessoas que sabem qe não vão necessitar de mais, mas não a que eu aconselharia a quem quer progredir. Quando a pessoa quiser saltar para novo patamar vai ter um mono e não saberá o que fazer com ele. A 18-55 pelo menos, é o que é e pronto. E é um desafio começar copm um zoom pequeno e ir ganhando mm...
Diria, portanto, que a 18-55mm dá para fazer o tirocínio a preceito. E com a tal teleobjectiva no outro extremo temos tudo praticamente coberto para começar. Alguns dirão que fica um espaço muito grande no meio, entre, por exemplo, 18-55mm e 120-400mm. Eu digo que não. Tenho um arsenal de objectivas que cobre de 10mm a 400mm, com focais fixas de 24,28,35,50, 60, 100, e zooms de 10-22, 16-35, 17-40, 28-105, 28-135, 80-400, 100-300, 100-400 e 200-400mm e afinal uso e carrego a generaldiade das vezes somente duas: 17-40 e 100-400mm...
Se eu tivesse de começar agora, comprava a câmara com a 18-55 e depois via, logo que possível, como encaixar uma 15-85mm da Canon ou similar no meu orçamento. Isto porque a 15-85 é USM, algo que falta à 18-55mm e à 18-135mm e que eu prezo muito, por várias razões.
A compra da 15-85mm significaria que o vazio até aos 120mm seria mais preenchido, o que seria um dos pontos positivos dessa aquisição. A vantagem é que com menor investimento inicial eu teria menos "lixo" para despachar mais tarde e teria aprendido a tirar todo o partido da câmara com uma objectiva que todos consideram lixo. Esse é um trunfo desta opção: provarmos a nós próprios que mesmo com o lixo dos outros fazemos nós fotografia. Mesmo que no horizonte esteja sempre a procura de melhor equipamento. Adquirido de uma forma sensata.
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